quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A máscara

A máscara de Louçã (finalmente) caiu!

No debate entre Sócrates e Louçã finalmente aconteceu algo que, confesso, já temia que não viesse a ocorrer. O líder do BE finalmente revelou as suas verdadeiras cores. E todos pudemos comprovar o que já tinha sido indiciado no debate com MFL: o BE tem um projecto económico e social que visa destruir a nossa economia de mercado, o que teria a consequência de fazer com que Portugal deixasse de ser democrático.

Está escrito nas páginas 50 e 52 do programa eleitoral do BE o objectivo deste partido de nacionalizar o sector bancário, energético, assim como todas as seguradoras e demais companhias financeiras. Isto são as nacionalizações que são defendidas expressamente. Na páginas 10 a 12 também é insinuado que o sector da educação, da saúde e dos transportes poderá ser monopólio exclusivo do estado, o que significa que não seria só o "grande capital" ou "os grandes grupos económicos" a sofrerem a expropriação por parte do Estado. Pequenas empresas familiares, como muitos colégios privados, poderão estar também na mira do voraz apetite do Bloco.
Aliás, o termo nacionalização é ambíguo porque reflecte dois tipos genéricos de intervenção radicalmente distintos. Por um lado pode caracterizar as intervenções públicas em que existe simples compra de activos a preços de mercado (o facto de uma empresa privada ser comprada pelo Estado pode ser caracterizada como nacionalização), mas também pode caracterizar as célebres nacionalizações do PREC, ou seja nacionalizações por decreto, em que os legítimos proprietários dessas empresas, ficariam sem um único cêntimo do valor desses bens e não teriam direito a nenhuma indemnização.
Como não existe capital público existente para cumprir tal programa megalómano de nacionalizações, e ninguém no seu perfeito juízo emprestaria dinheiro ao Estado para esse objectivo (é isso que é a emissão de dívida pública,) torna-se por mais evidente que seriam as nacionalizações por decreto que o BE utilizaria para impor esta sua politica.
No que toca aos bancos, à EDP, à GALP e afins, esses proprietários significam centenas de milhares de pequenos accionistas, alguns dos quais investiram nessas empresas aquando das suas privatizações.
Não estamos a falar de ricos e poderosos. Estamos a falar da classe média, o mesmo tipo de pessoas que investe em certificados de aforro. São estas as pessoas que mais sofreriam com este projecto inqualificável.
As nacionalizações por decreto nada mais são do que roubo legalizado (embora possa surgir dúvidas sobre a sua constiucionalidade) e a comparação disto com os nacionalizações efectuadas por governos democráticos como os EUA ou países europeus, como foi o caso do BPN no nosso pais, é mais uma pérola da demagogia de Louçã. Em todos esses casos, os estados investiram avultadas quantias para impedir ou amenizar o efeito de falência dessas empresas.
As propostas económicas do BE são uma ofensiva sem tréguas à liberdade económica de todos os indivíduos, assente no princípio da propriedade privada. Que caracteriza não só os bens dos "ricos", sejam eles quem forem em linguagem bloquista, mas também os bens de todos nós. A nossas casa, o nosso carro, a nossa mobília.

Sem propriedade privada, não há liberdade económica.

Sem liberdade económica, não há democracia.

Qualquer um que vos diga que é possível a democracia sem a economia de mercado, está-vos a vender algo que só resulta num regime autoritário.
E infelizmente, seria esse o resultado caso o BE alguma vez pudesse pôr em prática a sua politica.

(fonte: http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/534628, negrito meu)

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